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A Chácara da Fonte
 

No bairro do Butantã, a “Chácara da Fonte” é uma área de quase 39.000 m2, com frente para a Av.  Corifeu de Azevedo Marques e lateral subindo pela Rua Santanésia, antiga Estrada de Ytu. Assim antiga também é a Rua da Fonte, que saindo da Rua Padre Justino, antes chegava até o INOCOP (BNH) e hoje está interditada por um sinistro muro que nos impede de chegar à Fonte. Fonte que dá o nome à Rua da Fonte. Fonte que até hoje jorra água pura e cristalina numa gruta de pedra. Água que depois de coletada numa estranha banheira de azulejos, corre pelo mato e escoa pelo bueiro da rua para misturar-se às águas sujas e ser jogada no Rio Pinheiros. Este é o tratamento dado à água da Fonte, uma das nascentes da Bacia do Pirajussara.

Na Chácara da Fonte existem 3 nascentes, duas outras além da Fonte. Inda assim, o Posto BR construído na esquina das ruas Corifeu e Santanésia, não possui reservatórios especiais que preservem o lençol freático. Seu alvará de funcionamento foi expedido como se ali não existissem nascentes.

Como ensinar nossas crianças a economizar água se aquela água escoa dia e noite sem qualquer proveito? Mesmo em época de seca, a vazão da Fonte é a mesma pois não aquela água não é de origem pluvial, é água que vem de dentro da rocha. Água mineral, geladinha e pura. E mesmo que pura não fosse, ainda poderia ser utilizada para tantas coisas... Se represarmos esta água, formando um pequeno lago, não estaremos melhorando a umidade relativa do ar?

A segunda nascente fica embaixo de um jaqueira. Será que esta jaqueira ainda está lá? Pois a degradação da flora tem sido violenta. As imensas mangueiras, abacateiros, pitangueiras, sibipirunas, ipês e juçaras tão naturais desta região vão sendo queimados e envenenados. A comunidade denuncia, mas tem sido difícil preservar esta área discriminada no Atlas de Vegetação Significativa da Cidade de São Paulo, Carta 32, quando em 1989, o então Governador de São Paulo, Sr. Orestes Quércia, decretou que fossem preservadas as espécies vegetais existentes no local.

Além desta riqueza de flora, fauna, rocha e água, deste clima de frescor de Mata Atlântica a 30 minutos da Av. Paulista, este lugar ainda nos reserva vários conhecimentos da nossa história. É que esta Fonte está à beira do Peabiru, malha de antigos caminhos que cortavam o Continente de norte a sul, de leste a oeste, muito anteriores a 1500, depois utilizados pelos portugueses, espanhóis, bandeirantes, jesuítas, e tropeiros. Aqui, na Vila Pirajuçara, além da Fonte havia a Bica, parada obrigatória para os corajosos viajantes. Aqui é um nó desta malha: encontrava-se o caminho que vinha de M´Boi e Santo Amaro, o caminho que ia para Sorocaba (de lá para Iguape e Cananéia), o caminho que ia para São Vicente, e o caminho que ia para Campinas. Ou seja, Butantã já era como hoje é, encontro de muitas estradas. Existe até um documento de 1765 que cita como “Bairro” a Vila Pirajuçara, antigo pouso de bandeirantes.

Mas a Vila Pirajuçara de antigamente era muito maior do que ela é hoje. Percebemos isto quando vimos o nome da rua exatamente em frente à Estação do Metrô  Butantã: “Rua Pirajuçara”. E ainda iríamos mais longe já que é do lado de lá do Rio Pinheiros que encontramos a Rua Butantã. Não só a Rua Butantã como também o Cartório de Registro Civil das Pessoas Nascidas no Butantã. Ah! Contar esta história vai longe.... Por enquanto, vale dizer que a Fonte nos traz inúmeras informações históricas e  merece pesquisas arqueológicas a seu redor.

Finalmente, cabe observar que deste lado da Rodovia Raposo Tavares não existe Parque Municipal. Com exceção da Praça Elis Regina, não temos siquer um Parque para passeio, recreação e esporte. Assim como a comunidade do Morro do Querosene não tem espaço apropriado para as festas de Boi, para as rodas de Capoeira, Samba de Roda e tantas outras danças, cantorias e manifestações que acontecem por aqui, e sempre aconteceram quando os viajantes paravam para matar a sede, descansar e se banhar na Fonte.  

Pode existir melhor destino para a Chácara da Fonte que não seja o de Parque Arqueológico, Antropológico (ou Cultural) e Ambiental ?  

A criação do Parque da Fonte além de preservar a Natureza e beneficiar a população com espaço para caminhadas, recreio, ar puro, atividades esportivas e culturais, integrará o corredor ecológico que liga o Parque da Previdência aos Bosques da USP, revitalizará o quase abandonado verde do Instituto Butantã e deixará mais suportável a convivência com o já grande movimento de pessoas e veículos motores que deve aumentar com a chegada da Estação do Metrô, única estação para todos os habitantes deste lado do rio.

 
MAIORES INFORMAÇÕES: acmorrodoquerosene.blogspot.com / fontedopeabiru@gmail.com